sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Elementos soltos - Sintra

Junto à estação da CP....






Elementos soltos - Lisboa

Como reportório, aqui ficam algumas imagens recolhidas em Lisboa.



Usando como triângulo parte de um banco de pedra, junto ao Mosteiro dos Jerónimos

Rua Maria Amália Vaz de Carvalho

Rua do Ferragial


Junto à Casa do Alentejo

Algés, junto à estação rodoviária





MOAZ (Algés) - 3

Por fim, nas últimas semanas, correspondendo a um acentuar do aparecimento destes graffitis numa zona muito bem delimitada, surge um discurso complementar em que são usados alguns símbolos que despoletam a apresentação deste projeto de investigação:

- à sigla MOAZ juntam-se outras expressões, nomeadamente «BACO»;
- são novamente usados elementos de simbologia normalmente associada à Maçonaria;

- surge simbologia anti-cristã, colocada propositadamente junto a uma Igreja.












MOAZ (Algés) - 2

Actualmente, pode-se afirmar que é cada vez mais corrente o uso de simbologia religiosa nesta arte de rua. São muitos os exemplos de símbolos maçónicos e judaicos (em especial estes) neste tipo de arte efémera.

Contudo, neste caso, parece que durante cerca de uma década, essa simbologia caiu em desuso até há bem pouco tempo, talvez fruto de uma mudança geracional no grupo.

Mais recentemente, num fenómeno com uma estética que usa outras linguagens, damos por um regresso massivo do uso desta sigla, mas com características realmente completamente novas:

- graffitis monocromáticos (a negro, sempre);
- o lettering usado é sempre de pequenas dimensões;

- apesar de neste tempo a “caligrafia” estar claramente em mudança, o uso da sigla não corresponde a uma simples assinatura, mas torna-se no centro simbólico da própria narrativa, valendo por si só.











MOAZ (Algés) - 1

Foi por volta de 1991 que na Dinamarca nasceu o movimento informal «Monsters Of Art» (MOA, MOAS, MOAZ).

Não se sabe quando chegou a Portugal este movimento, que assina as paredes com esta sigla, mas em Algés alguns dos grafitis mais antigos datam da passagem do século passado para este.

Nessa altura, eram usadas cores fortes, com alguma simbologia de gosto maçónico onde, obviamente, não se consegue perceber qual o significado do uso destes elementos, ou se apenas se trata de uma aplicação estética desprovida de significado.

Entendemos que, com toda a naturalidade, mesmo que o uso desta simbologia fuja ao seu uso mais “canónico”, ela corresponderá, sem dúvida – cremos – a padrões de integração e de iniciação no próprio movimento.

No início deste século, um grupo, claramente com uma identidade definida, pintou a delimitação de um território com grandes graffitis coloridos. Estas pinturas, em parte ainda hoje visíveis, usam alguma simbologia maçónica na construção de algumas das quatro letras da sigla MOAZ.

MOAZ
(“A” com “rosto” e com uma cruz invertida)

MOAZ
(“A” geometrizado em triangulo invertido, com o olho maçónico)

MAOZ
(inversão do “A” pelo “O”, sendo o “A” novamente invertido, estando também o olho maçónico sobreposto)

A geometrização das letras vai sendo trabalhada de alterada, conforme, não apenas a estética do lettering, mas a simbólica que surge de cada vez numa das letras: cruz invertida / triângulo maçónico invertido, com olho “nostálgico”.






Elementos soltos - Porto

O olhar mais atento consegue encontrar, nas nossas ruas, algumas recreações de simbologias essencialmente de cariz e imagética maçónica.

Será sempre muito difícil (para não dizer impossível) perceber até que ponto o uso destas formas é, de facto, um uso simbólico ou se é apenas um fenómeno de imitação, de moda, de uso de formas que sabem ter algum significado, mas não sabem qual...

Mas só esta última justificação já torna o uso aparentemente sem sentido em símbolo. Ou não fosse um símbolo isso mesmo: o uso, muitas vezes, de formas e figuras sem se saber exactamente a sua origem, léxico e semântica... o uso é o rito de vivenciação, não cognoscível, mas, de facto, emocional.

Aqui ficam algumas imagens soltas, em jeito de reportório ou elenco, tiradas em Maio de 2012 no Porto, na Rua Dr. Ricardo Jorge.